Pequenos textos descritivos são como o whisky. Se bebermos tudo de um trago, fica-nos apenas uma réstia de sabor que não distinguimos muito bem. Engolimos a doçura de cada palavra, de cada descrição minuciosa. O calor fica lá, mas o degradé que o causou fica perdido num sítio qualquer onde já não conseguimos encontrá-lo. Mas quando saboreamos, deixamos o líquido fluir pelas papilas gustativas e o olfacto desperto, ficamos com o sabor de quem acabou de viver um momento tão escrupulosamente distinto de qualquer outro. Apenas por um breve instante.
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4 comments:
Fiquei com vontade de beber whisky, só para seguir essas instruções.
o que escreves flui sempre muito docemente, sempre. experimenta falar de feijões, será doce na mesma, you're doomed.
Joana
...e aprendi, desta forma, a gostar de whisky. Os feijões são algo mais pesado, mais... sei lá. Mas, repara: também há qualquer coisa de interessante e misterioso nos feijões. Um bocado de água, algodão e sol pode remeter-nos para muita coisa. Ou será que ninguém se lembra de momentos à janela, com o sol a bater na cara a pedir ao feijão para crescer?...
Whisky é a dadiva dos deuses para os escritores, se é que me posso chamar isso... nem sei :|
De qualquer maneira encontrei no whisky um bom redutor de decencia na minha escrita... e pelo que vejo tambem tu... :)
Atenção... eu só tava a saborear a ideia... não quer dizer que... cof!
lol :)
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