Thursday, February 17, 2005

You and Me. Trapezistas

Os dias têm-se assombrado de nuvens negras, tristes e carregadas. Já reparaste? De certo que já. Só que as nuvens que vês são disformes como as minhas e dás-lhes formas que tu queres, que só tu vês e imaginas e que só tu sabes. Viramo-nos para o mundo de forma invertida, viramos o sofrimento do avesso, eu por um lado e tu por outro.
Dá-me as mãos, deixa que os teus olhos entrem pelos meus adentro, não vais ver nada senão íris e pupila (nunca soube distinguir entre as duas, hei-de perguntar ao meu tio, talvez ele me explique qualquer coisa que nem é importante), mas vais ficar com a sensação de segurança que nestes dias só temos com a companhia um do outro, ou dos que andam a esticar a rede de segurança. É isso, temos sido trapezistas em momentos vertiginosos, não caímos ainda porque somos um perfectly matched pair, mas andamos a tremelicar porque ainda precisamos de muito treino.
Podemos ver muitas coisas. Temos olhos que não se cingem às passagens vertiginosas e desinteressantes do dia a dia, já uma vez te disse que não cabemos no tempo. Podemos percorrer ruas e calçadas de pedra e chuva, deixar a lama enrolar nos cabelos e nos corpos e fazemos só aquilo que quisermos, e podemos desempenhar o papel de qualquer coisa que não somos, podemos ser tudo e nada.
Eu sou melindrosa e sonho para lá do real, tu és sólido e arrastão, e nunca veremos o mundo da mesma forma. Somos duas partes complementares da mesma coisa e de tudo que é diferente.
“Se o Joãozinho fosse igual à Joaninha…”
“… não tinha piada nenhuma, pois não?”

1 comment:

Anonymous said...

sempre ouvi dizer k o trapézio era uma das mais belas e dificeis tarefas, á kual se deve dedicar mt tempo pra deixar de baloiçar,conseguir apoiar os dois pés e andar em linha recta na corda bamba que por momentos parece um local seguro... um local onde o objectivo é saber conjugar a adrenalina de nao ter rede com o desejo de a percorrer... o único erro é pensar k depois de a percorreres de forma estável uma vez pensares k o consegues de forma repetida... é nesse momento k acordas de cara no chao... e percebes k te cortaram a corda...